De acordo com a LDB (Lei n. 9.394, de 1996) a responsabilidade de elaborar, executar e avaliar o Projeto Político Pedagógico (PPP) é da instituição escolar. Quanto ao processo de construção do documento há um consenso entre os estudiosos da educação que o PPP, para constituir-se como uma importante ferramenta, articulada a outras, no processo da educação de qualidade; deve englobar a comunidade em que a instituição se insere, os alunos e o corpo de servidores (professores e técnicos) da escola. Nesse contexto, este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa realizada em uma escola pública da cidade de Anápolis – estado de Goiás. Seu objetivo é evidenciar como o PPP foi construído e aplicado na prática escolar da instituição. Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizados alguns passos metodológicos: pesquisa bibliográfica com referência ao assunto, análise do PPP da instituição, uma pesquisa de campo utilizando questionários que foram aplicados tanto a membros do corpo administrativo da escola quanto a alunos e professores. O intuito do questionário foi conhecer a realidade social desses grupos e identificar sua participação na construção do referido documento. Também foram avaliadas a necessidade e a importância atribuída pelos entrevistados à presença de uma abordagem multicultural no PPP, os problemas burocráticos, como os prazos exíguos para a produção do documento e a dificuldade de garantir a participação da comunidade escolar no processo de construção do PPP. Durante a realização desta pesquisa foi possível nos inteirarmos de muitos aspectos até então vistos apenas de maneira teórica. O PPP da instituição é um documento cheio de boas intenções, porém nem sempre podem ser efetivadas. Sua construção não ocorre de maneira favorável à legislação e às indicações teóricas dos estudiosos, fato que se dá, principalmente, pelos prazos estabelecidos pelo Estado para construção do PPP e pela resistência cultural relacionada à participação dos cidadãos brasileiros em construções coletivas.