O presente trabalho tem o propósito de investigar a bidocência na educação infantil, a partir da experiência vivida no Colégio Pedro II. O Colégio Pedro II é um tradicional colégio do Rio de Janeiro, da rede pública federal. Apesar de esta instituição ser quase bicentenária, a Educação Infantil foi implementada em 2012, sendo chamada de Centro de Referência em Educação Infantil- Realengo (CREIR). Desde sua inauguração, o CREIR tem a bidocência como organização docente. A bidocência no CREIR se caracteriza pelo fato de ter dois professores atuando ao mesmo tempo na mesma turma. Ao chegar nessa instituição e conhecer a dinâmica de trabalho, alguns questionamentos começaram a me acompanhar: Que concepções de educação infantil permeiam essa instituição ao adotar a bidocência? Como a bidocência na Educação Infantil pode contribuir para contemplar melhor, tanto a singularidade de cada criança, quanto o papel do grupo na formação dos sujeitos? Essas questões foram se delineando em torno de: investigar os limites e possibilidades do trabalho pedagógico na educação infantil, baseado na bidocência. O CREIR vem apostando em uma prática educativa que se distancia da dissociação entre cuidar e educar negando a presença de um professor para educar e um auxiliar para cuidar. E, vem construindo um olhar cuidadoso sobre as especificidades das crianças pequenas. Assim, tentando apresentar o CREIR, inicialmente, o texto contextualiza a proposta pedagógica que vem sendo construída no CREIR, trazendo implicitamente a concepção de Educação Infantil e apontando como a relação com a bidocência vai se construindo nesta rotina escolar. A partir deste cenário, traz o paradigma do cuidado como um de seus principais fundamentos. Na última parte, dialoga com alguns episódios dessa experiência, refletindo sobre a relação bidocência, cuidado e inclusão escolar.