Desde a década de 70 se discute o ensino de língua portuguesa, debate que se intensificou nas últimas décadas. Uma das questões centrais nesse debate é o ensino tradicional, voltado para metalinguagem, privilegiando apenas uma das variedades da nossa língua materna – a língua padrão. No entanto sabe-se que além desta, estão presentes na sociedade brasileira, e na escola, outras variedades – a língua culta e a língua coloquial. Apesar da variedade, é exigida dos alunos a língua padrão, nos textos escritos e falados. No entanto, na realidade linguística do país, em variados gêneros é possível a convivência destas três variedades. Assim, tendo em vista a necessidade de ampliar as discussões sobre os usos das normas padrão, culta e coloquial, no ensino de língua portuguesa, este artigo objetivou analisar os usos dessas linguagens, em produções escritas (artigos de opinião) voltadas para o público da área de educação, como a revista Nova escola. Essas revistas, pelo cunho didático, apresentam uma linguagem padrão ou seguem a linguagem culta e/ou coloquial? Este artigo originou-se das discussões travada nas aulas da disciplina de Gramática, Variação e Ensino do Programa de Pós-Graduação, PROFLETRAS/UEPB e se justifica pela necessidade de ampliação dessas discussões no âmbito acadêmico e escolar. Nesse contexto, usamos como aportes teóricos as contribuições de Gagné (2002), Antunes (2003), Bakhtin (2003), Veiga (1998), Bagno (2002), Bazerman (2005), entre outros, que orientam o uso das normas citadas em consonância com as intenções comunicativas a partir dos diversos contextos. A pesquisa possui caráter qualitativo de cunho descritivo e interpretativista, apresentando a abordagem da revista em relação ao uso dessas variantes. Os resultados apontam que os artigos produzidos na revista, mesmo se voltando, de modo geral, aos professores, procuram se adequar a sua finalidade discursiva, debater temas relativos ao ensino que podem abranger diferentes profissionais e não apenas os de língua portuguesa. Nesse sentido, há o padrão, mas prepondera a linguagem culta e o coloquial também se faz presente.