Este artigo objetivou analisar como a neurociência pode auxiliar no processo educacional de adolescentes de baixa autoestima e desmotivados pela vida em sociedade. Este assunto integrou à pesquisa de mestrado voltada para formação profissional de adolescentes em conflito com a lei. A situação de abandono e descrença do referido grupo deflagrou a necessidade de melhor conhecer o desenvolvimento desses sujeitos. Utilizou-se a pesquisa bibliográfica, buscando conteúdos contemporâneos, capturados na internet e em bibliotecas físicas. A revisão da literatura colocou em debate as concepções de estudiosos da neurociência e como esse ramo da ciência vem contribuindo com as práticas educacionais, tanto no ensino regular quanto inclusivo, mostrando que quanto mais se conhece o cérebro humano mais se conhece os sujeitos e sua capacidade de aprendizagem, adaptação e interação social. Na despretensiosa busca de melhor compreender a mente humana, especialmente dos adolescentes, a neurociência visa aliar-se a outros mecanismos, relacionados a aprendizagem, para vislumbrar uma possibilidade de revisitar e (re)contextualizar experiências malsucedidas com a autoestima e a aprendizagem. Os estudos constataram a capacidade de plasticidade e adaptação do cérebro, mostrando os percursos criadores da motivação, inclusive como o cérebro pode ser treinado a partir de motivações equivocadas, assim como pode aprender a se reestruturar a partir de novas experiências e abordagens de ensino, aprendendo a motivar-se em outros contextos e a adaptar-se a novas situações, por mais que tenha sofrido experiências desagradáveis anteriormente. A fase da adolescência pode ser um momento crucial para novas experiências educativas, posto que é o momento de novas organizações neuronais e novo arranjo das sinapses.