O presente estudo analisa o papel da formação continuada na constituição de identidades coletivas e saberes de professoras que atuam com bebês. A partir de uma perspectiva colaborativa de pesquisa, a ação docente é tomada como produtora de significados e a formação continuada como um espaço onde se instituem redes comunitárias de apropriação de saberes. Esta pesquisa de cunho qualitativo foi desenvolvida na Rede Municipal de Ensino de Recife (RMER), envolvendo 33 professoras que atuavam em unidades de educação infantil do município e 10 educadoras de creches comunitárias conveniadas à RMER. O percurso da formação docente foi organizado em 15 reuniões mensais e incluiu a leitura de trabalhos científicos, socialização coletiva de aprendizagens, debates e registros de descobertas a partir de vídeos, observação e descrição de ações da criança em interação social nas unidades educacionais, análise de suas competências sociocomunicativas e modos de construção de significados com parceiros. A escrita em diários individuais foi eleita como forma de potencializar a análise da prática vivida, a constituição de saberes e o acesso a um corpo elaborado de referências e conhecimentos que o registro oportuniza. Nessa trilha de proposições, os relatos foram tomados como recursos metodológicos para se compreender os modos como as professoras se apropriam de saberes e constroem identidades a partir da reflexão coletiva de sua atuação educacional com bebês. Em sintonia com os objetivos estabelecidos para a formação continuada dessas professoras, elas identificam como aspectos positivos do processo formativo o contato com um campo conceitual que lhes oferece subsídios para um novo modo de conceber a intervenção pedagógica com bebês, bem como a possibilidade de trocas interpessoais e de experiências com colegas como elementos constitutivos na configuração de sua identidade profissional.