A gravidez na adolescência tem implicações biológica, psicológica, social, econômica e cultural e constitui um tema de grande relevância na realidade social brasileira que atingem o indivíduo adolescente e a sociedade como um todo, limitando ou adiando as possibilidades de desenvolver o engajamento destas jovens na sociedade. Nesta perspectiva, este trabalho teve como objetivo investigar os desafios e perspectivas encontradas na abordagem acerca do tema gravidez na adolescência numa ação educativa em saúde desenvolvida numa escola de ensino médio da zona urbana do município de Arapiraca – Alagoas. A ação promovida pelo Grupo de Estudos sobre Educação em Saúde e Formação de Educadores (GESFE), da Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca ocorreu no dia 25 de julho de 2017, em uma escola Estadual de Educação Básica, localizada no bairro Alto do Cruzeiro – Arapiraca (AL). O grupo-alvo foi composto de alunos do 1° ao 3° ano do ensino médio, numa faixa etária dos 15 aos 27 anos de idade, pertencentes aos gêneros masculino e feminino. A interação com os estudantes ocorreu através de um bate papo descontraído e a exposição de banner contendo imagens, dados epidemiológicos e informações sobre as dificuldades e obstáculos encontrados durante a gravidez. As enquetes aplicadas aos estudantes permitiram verificar a percepção sobre a necessidade de abordagem do tema gravidez na adolescência na escola. Nesse sentido, dentre os 174 respondentes, 63,79% consideraram que o tema gravidez na adolescência deve ser trabalhado com mais frequência na escola, dos quais 56,3% foram do sexo feminino, 40,7% do sexo masculino e 3% não informaram o gênero. A partir das observações realizadas foi possível traçar um perfil a respeito das percepções acerca do tema. Entre os assuntos mais desafiantes e que foram polemizados estão, os métodos anticoncepcionais e onde conseguir informações confiáveis; o perfil da mãe adolescente, seu comportamento durante a gravidez e aspirações para o futuro; além da importância da participação do pai da criança no processo; o diálogo sobre sexualidade com a família; o apoio social na gravidez durante a adolescência; os riscos e a mortalidade materna na adolescência; a evasão escolar e decisões pós-gravidez. Os adolescentes da escola investigada apresentaram dúvidas quanto à prevenção e as formas de evitar uma gravidez precoce, revelando a necessidade de discussões contínuas sobre o tema no lócus do estudo. A ação educativa promoveu um espaço reflexivo e propenso a diálogos. Além disso, sensibilizou estudantes sobre a problemática da gravidez na adolescência, e constituiu-se como uma experiência ímpar para o desenvolvimento de educadores.