A inclusão escolar dos estudantes surdos na escola comum numa perspectiva bilíngue tem se limitado a garantia do intérprete educacional (IE) de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) no âmbito escolar. O presente estudo tem como objetivo demonstrar como a falta de planejamento colaborativo entre professor(a) regente e intérprete de Libras compromete qualitativamente a atuação do IE, tanto no desenvolvimento da interpretação quanto na utilização de recursos visuais. A pesquisa apresenta uma comparação qualitativa entre as informações transmitidas pela professora regente e a interpretação feita pela IE. A metodologia utilizada foi estudo de caso e levantamento bibliográfico com fundamentos teóricos em Cristina Lacerda, (2009), Ronice Muller de Quadros, (2004). O trabalho foi desenvolvido em uma escola pública estadual na primeira fase do ensino fundamental no município de Iporá-Goiás. Os resultados revelaram que a interpretação simultânea não contemplou todas as informações transmitidas pela professora regente e até comentários de colegas de classe. Verificou-se que além da proficiência na língua alvo a interpretação simultânea em sala de aula requer estratégias pedagógicas que torne a interpretação dos conteúdos pragmáticos compreensíveis para os estudantes surdos. Constatou-se também que a atuação do IE, não se limita a interpretação do discurso durante as aulas, e sim interpretar e ensinar os conteúdos para o estudante. Nossa pretensão se limitou a mostrar que a falta de planejamento colaborativo entre professor regente e intérprete compromete a qualidade da educação oferecida aos estudantes surdos, contudo, esperamos que este estudo sirva como insight para novas pesquisas que venham a contribuir com a educação de surdos na rede comum de ensino.