Este artigo é parte das reflexões bibliográficas a cerca do conceito de cultura popular, da identidade cultural no âmbito da educação, é um trabalho que surgiu a partir dos estudos sobre a História da Cultura Brasileira em Educação, no Mestrado Profissional em Educação, Cultura e Diversidade. Teve por objetivo refletir sobre a identidade e a cultura afro-brasileira para escolas de comunidade quilombola, a partir dos saberes da dança como instrumento de comunicação e construção da identidade, porque transmite conhecimentos e traz visibilidade à cultura da comunidade. O silêncio das escolas sobre as dinâmicas das produções artístico-culturais de origem afro-brasileira tem permitido um ensino com superioridade branca, eurocêntrica, urbana, negando as produções que foram por muito tempo silenciado, como forma de reverter o preconceito. As formações docentes, não contribuem para o desenvolvimento de trabalhos aprofundados sobre as produções artístico-culturais, para isso faz-se preciso a formação em exercício para que haja diálogos e mediação decentes para trabalhar com a diversidade de saberes que compõem a identidade afro-brasileira na escola. Escolhemos dialogar sobre a dança porque é uma das vertentes artístico-cultural que adquire um papel importante na educação, no momento em que interliga as saberes dos professores às vivências cotidianas dos alunos, numa linguagem que integra docentes e discente para juntos fazerem análises teóricas sobre os tipos de dança, buscando predominar a que faz parte da cultura local, para construírem os fazeres práticos. Para isso, buscamos compreender a dança, num recorte ao samba chula, como manifestação cultural típica de regiões baianas, uma vez que é uma dança apresentada em muitas localidades, com o mesmo ritmo e nomenclatura diferente. O propósito é fomentar reflexões sobre a importância da prática do professor como mediador do conhecimento e na construção da identidade cultural dos estudantes, no sentido de dar visualidade a sua identidade e pertinência à comunidade, mantendo viva na memória as aprendizagens do seu processo histórico cultural. É imprescindível, portanto, reconhecer a pluralidade cultural no espaço escolar e as condições necessárias à promoção e ao respeito ao outro e o reconhecimento da diversidade cultural que potencialize o conhecimento dos alunos e a valorização da identidade cultural.