A presente pesquisa trata a questão do currículo de Geografia à luz do processo de neoliberalização pelo qual passa a educação, vigente desde a década de 1990. O objetivo principal desse trabalho consistiu em apontar algumas considerações sobre o currículo no contexto brasileiro, com ênfase à disciplina geográfica e suas discussões quanto a sua metodologia de ensino-aprendizagem. Partindo de uma perspectiva crítico-humanista, que concebe os espaços educativos enquanto produtos sociais inseridos na ordem capitalista atual, mas também instauradores de mudança e constituídos de discursos, identidades e relações de poder cotidianas, os procedimentos metodológicos consistiram em revisão bibliográfica e vivências debatidas tanto no grupo de pesquisa EGEFProf (Estudos Geográficos: ensino e formação de professores) quanto nas atividades de monitoria do semestre 2016.2 do Curso de Licenciatura Plena em Geografia no Campus III da Universidade Estadual da Paraíba, contando com a coleta de depoimentos e conversações com diferentes estudantes, de forma a subsidiar algumas das questões elencadas no decorrer do texto. Tal empreitada se justifica não só pela pertinência do tema (e reflexão constante), mas também pelo anseio de contribuir às discussões do currículo em Geografia, visando caminhos para se pensar os contextos institucionais e sociopolíticos como dimensões do exercício da educação em diferentes níveis e agentes envolvidos. Ainda sobre a justificativa, a ideia de tal abordagem surgiu durante a observação, análise e discussão de diferentes práticas pedagógicas experienciadas enquanto profissionais em formação também contínua. Dentre as possíveis considerações finais, apontam-se os desafios para a consolidação e exercício de currículo alternativo, que dialogue com os desafios do cotidiano na sala de aula, para além de um conjunto heterônomo neoliberal a ser seguido sem questionamento.