Segundo a Organização Mundial da Saúde, a sexualidade é considerada um aspecto importante da vida humana e abrange áreas como o sexo, as identidades e papéis de gênero, a orientação sexual, o erotismo, o prazer, a intimidade e a reprodução.Neste processo, a questão da corporalidade assume um aspecto muito importante, pois as modificações do corpo neste período ocorrem de forma muito rápida, profunda e marcante para o resto da vida do indivíduo. Essas intensas transformações físicas e biológicas, nesta fase do desenvolvimento humano, influenciam todo o processo psicossocial da formação da identidade do adolescente. Esse corpo, diferente de todos os outros, emerge das profundezas desse turbulento processo, onde a identidade é talvez a tarefa evolutiva mais importante da adolescência. O amadurecimento biológico é acompanhado por manifestações sexuais que devem ser integradas na personalidade do adolescente. A menarca, na garota, e as ejaculações involuntárias no rapaz e, depois, a própria masturbação, são manifestações fisiológicas evidentes, vinculadas à nova e profunda alteração que se está processando psicologicamente. E, a partir desse momento, um dos problemas enfrentados pelo adolescente é o de estender para alguém, do sexo oposto ou não, fora do círculo familiar, os mesmos sentimentos que antes revaleciam em relação aos pais. Trata-se de um ensaio teórico reflexivo que propõe a discussão acerca dos desafios enfrentados pela equipe de saúde que atua na Estratégia de Saúde da Família, sobre as práticas educativas a cerca da prevenção, risco e sinais e sintomas das infecções sexualmente transmissíveis durante a adolescência. Os referenciais teóricos utilizados foram artigos, monografias e publicações em periódicos referentes ao assunto em questão, além do Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde número 18, referente à DST/AIDS, hepatites e outras DST’s. O ensaio teórico tem como fundamentos a exposição lógica e reflexiva, além da argumentação minuciosa, com elevado grau de interpretação e julgamento pessoal. Embora os resultados de vários estudos demonstrem entendimento dos adolescentes sobre as principais formas de transmissão de IST/HIV e importância do uso do preservativo na sua prevenção, percebe-se ainda uma baixa adesão ao uso do preservativo na iniciação sexual. Tal resultado assemelha-se a diversos outros estudos neste quesito. Para alguns autores, o baixo índice
do uso de preservativos pelos adolescentes na primeira relação sexual, está relacionado às dificuldades de negociação entre parceiros, especialmente, entre os adolescentes oriundos de camadas economicamente desfavorecidas da sociedade. Além desta justificativa, a literatura também traz concepções de adolescentes que ainda associam o uso do preservativo como interferência no prazer nas relações sexuais. Com a pesquisa pode-se concluir que, a maioria dos adolescentes apresenta conhecimento sobre as práticas sexuais e os comportamentos de risco, que os tornam vulneráveis às IST/HIV, apresentando aspecto positivo para a prevenção destas infecções. A vulnerabilidade dos adolescentes às IST/HIV deve sempre ser lembrada como condição influenciada também pelo meio social, cultural e econômico em que vivem. Deste modo, é sem dúvida um dos aspectos relevantes para a elaboração de ações que contemplem as realidades distintas dos adolescentes.