Este trabalho tem por finalidade, frente à necessidade de se pensar práticas pedagógicas subsidiadas pelo viés da educação intercultural a dialogar com os diferentes sujeitos sociais inseridos na Educação de Jovens e Adultos (EJA), de modo, a contribuir no processo de formação do desenvolvimento de sujeitos sociais leitores a transitarem de forma bem sucedida tanto, dentro como fora do âmbito escolar. O problema é que a escola além de incluir os múltiplos alunos, categorizado na sua maioria por uma diversidade de identidades culturais, geracionais, mas também étnico-raciais, de gênero, oriundo do espaço rural/urbano, de inserção no mundo do trabalho, de trajetórias e expectativas motivacionais, necessita, sobretudo, repensar o ensino que além de alfabetizar focada no desenvolvimento de sujeitos sociais leitores/ escritores para o atendimento das capacidades e habilidades exigidas na contemporaneidade. Para discutir o tema ora proposto, se faz necessário fazer uma pesquisa bibliográfica, com base nas contribuições: (CHARLOT, 2005); (CANDAU, 2008); (CHRISTINO 2001); (LUCCHESI, 2001), (SENNA, 2003, 2007, 2009, 2011; 2014,) entre outros citados no corpus do trabalho. Assim, tal discussão, justifica-se por considerar neste estudo a problemática do aluno da educação escolar na escola básica de apresentar uma narrativa de história de exclusão escolar em torno da aprendizagem da língua materna. Sendo assim, considerando que o insucesso escolar do aluno brasileiro compreende todos os sistemas de ensino na educação básica, especificamente para com aqueles alunos que se encontram em situação de diversidade cultural, a exemplo do aluno que comumente encontramos em contextos escolares da EJA que acorrem à escola. É indiscutível que o desafio colocado à escola de ensinar a língua portuguesa, a língua culta para todas as crianças, jovens e adultos, tem provocado na sala de aula um quadro de tensões quanto às práticas pedagógicas adequadas destinadas ao desenvolvimento cognitivo, aquisição dos domínios das capacidades linguísticas da leitura e da escrita numa perspectiva discursiva no contexto escolar para todos esses alunos nela inserida. Ensinar a ler e escrever educação escolar não tem sido atribuição fácil, e o resultado dessa inadequação escolar é percebido na cultura escolar, quando essa instituição passa a segregar os alunos em turmas de EJA e passa a excluir esses alunos do sistema de ensino, quando não o enxerga como pessoas, dotadas de especificidades humanas singulares.
Contudo, falar no reconhecimento da heterogeneidade presente no cotidiano escolar evoca para a produção de conhecimento que demanda a necessidade de se aprender a conviver com o aspecto da diferença, do ponto de vista, do movimento atrelado à redefinição das práticas pedagógicas.