O presente artigo descreve os aspectos da Instrução Pública no nível primário na Parahyba do Norte no início do século XX, ampliando o entendimento sobre a organização escolar vigente, particularmente no que diz respeito à produtividade do discurso médico higienista na escola. O estudo realizado insere-se no campo de conhecimento sobre a História da Infância e da História Cultural da Educação, com foco nos discursos produzidos por um jornal pedagógico. Para isso a fonte utilizada para a pesquisa na área da História da Educação foi um impresso elaborado por professores que traz questões importantes para se pensar a instrução pública e a higiene escolar na Primeira República, sobretudo no período histórico de 1921 e 1922. Procuramos entender como se deu a Instrução Pública na Parahyba e o papel desempenhado pelos educadores a partir da análise das matérias jornalísticas que pretendiam disseminar as últimas novidades para embasar as ações higienizadoras na sociedade e na educação. A metodologia utilizada está ancorada na análise documental, segundo a abordagem da historiografia da educação e da análise de discurso, na perspectiva da História Cultural e das ferramentas de Michel Foucault, através da analítica de saber-poder, contemplados por outras fontes, de caráter bibliográfico. Os estudos realizados apontam a importância da fonte para a compreensão dos significados atribuídos à infância e as orientações de como deveria ser educada atendendo aos ditames da higiene, onde a escola propagou as ações higienizadoras no âmbito educacional, projetando um conjunto de normas e regras para uma sociedade parahybana saudável e educada.