Resumo
De acordo com Morton (2007), a Doença Hipertensiva Específica da Gestação é classificada em: Hipertensão induzida pela gravidez (em primíparas), pré-eclampsia (hipertensão depois da 20ª semana de gestação complicada por envolvimento renal levando a proteinúria), eclampsia (pré-eclâmpsia complicada por envolvimento do sistema nervoso central (SNC) levando à convulsões), hipertensão crônica que antecede a gestação, hipertensão crônica com toxemia superposta. A gestação é um fenômeno fisiológico e, por isso mesmo, sua evolução se dá na maior parte dos casos sem intercorrências. Apesar desse fato, há uma parcela pequena de gestantes que, por serem portadoras de alguma doença, sofrerem algum agravo ou desenvolverem problemas, apresentam maiores probabilidades de evolução desfavorável, tanto para o feto como para a mãe. A Organização Mundial de Saúde (OMS), referendada pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), conceitua mortalidade materna sendo a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término desta, independentemente da duração ou da localização da gravidez, por qualquer causa relacionada com ou agravada por esta, ou por medidas tomadas em relação a ela, excluindo-se fatores acidentais ou incidentais. Uma grávida pode ter hipertensão seja porque já era hipertensa antes de engravidar ou porque desenvolveu hipertensão arterial durante a sua gestação. Quando o quadro hipertensivo surge somente após a 20a semana de gestação em uma mulher que não era previamente hipertensa, ela é classificada como hipertensão gestacional. Uma vez estabelecida, a hipertensão gestacional, a mesma costuma-se permanecer pelo resto da gravidez, mas tende a desaparecer dentro de 12 primeiras semanas após o parto. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a doença que mais frequentemente complica a gravidez, acometendo de 5% a 10% das gestações, sendo uma das principais causas de morbimortalidade materna e perinatal. Existem vários fatores que aumentam a chance de uma gestante ter hipertensão arterial como: primiparidade, diabetes mellitus, gestação gemelar, história familiar de pré-eclâmpsia e eclâmpsia, hipertensão arterial crônica, pré-eclâmpsia sobreposta em gestação prévia, hidropsia fetal (não imune), gestação molar, nova paternidade etc. No presente resumo, é apontada a necessidade de se repensar e reorganizar o modelo de assistência perinatal, não apenas a nível terciário, mas nas unidades básicas de saúde. Diante do exposto, é preciso que haja uma promoção da saúde por meio da educação nas consultas de pré-natal e atendimento intra-hospitalar, no sentido de aprimorar o conhecimento e humanizar o atendimento oferecido. Com isso entende-se que os enfermeiros atuantes na atenção pré-natal, bem como na assistência à gestante e à puérpera, atentem-se para a importância do cuidado integral, por meio de um trabalho em rede e de educação em saúde.