Partindo do pressuposto marxista de que em nossa sociedade existe um dualismo de classes, onde de um lado há uma elite dominante que detém os meios ideológicos e de produção, e de outro lado há uma classe trabalhadora explorada que vende sua força de trabalho a baixo custo, é possível extrair como consequência lógica disto que esse antagonismo de classes se estende para a educação, criando assim, um dualismo educacional, mantido por dois tipos de escola: aquela que forma a classe operária para o mercado de trabalho, e outro tipo de escola, destinado a formar as elites, para que estas mantenham o domínio intelectual na sociedade capitalista. Partindo deste pressuposto e tendo em vista que o toyotismo é o modelo de produção em voga, investigaremos as seguintes questões acerca das influências do Toyotismo na educação: como se produz mão de obra para suprir as necessidades e demandas impostas por este modelo? E como as exigências do modelo Toyota se refletem no campo educacional? Quais práticas escolares e educacionais evidenciam a adequação de uma preparação aos moldes do toyotismo? Para realizar esta empreitada recorreremos a uma pesquisa bibliográfica e de revisão de literatura que terá como referencial teórico alguns conceitos do pensamento Marxista, principalmente a noção de antagonismo de classes, presente no Manifesto do partido comunista, escrito por Karl Marx e Friedrich Engels. Também utilizaremos o texto intitulado O trabalho como princípio educativo frente as novas tecnologias, escrito por Dermeval Saviane, onde este autor trabalha com a noção de dois tipos de escola, refletindo o antagonismo de classes. Além disso, utilizaremos autores que escreveram sobre os impactos do modo de produção Toyotista na educação, como Pinto, Melo e Santos. Sendo assim, começaremos explicitando a existência do antagonismo de classe e de como este se reflete na educação, para isto recorreremos a Saviani e aos conceitos do pensamento marxista. Em seguida apontaremos alguns dos impactos do toytismo na educação, utilizando Pinto e outros autores que estudaram este tema. E por fim pontuaremos algumas práticas educativas que explicitam uma possível educação voltada para atender as demandas de produção do sistema capitalista e do modelo Toyotista. Portanto, esperamos suscitar um profícuo debate em torno do tema aqui proposto, oferecendo ferramentas críticas para pensar as práticas educativas da contemporaneidade, que é marcada pela exploração do trabalho assalariado e pelas inúmeras injustiças sociais, das quais nosso país é abundante em exemplos.