Introdução: No campo da saúde coletiva, admite-se que a temática da educação em saúde tem destacada relevância no cenário das políticas públicas e das práticas de saúde. Críticas elaboradas ao longo dos anos dirigem-se às práticas normativas e não dialógicas de educar, propondo que estas práticas sejam centradas na problematização do cotidiano, na valorização da experiência de indivíduos e grupos sociais e na leitura das diferentes realidades. Metodologia: Trata-se de um ensaio teórico reflexivo que propõe a discussão acerca dos desafios que enfrentam os agentes comunitários de saúde que atuam nas diversas áreas da saúde, inseridos na equipe multiprofissional, auxiliando os demais profissionais da saúde no atendimento e orientação ao usuário. Resultados e discussão: O Agente Comunitário de Saúde aparece como um educador para saúde, pois organiza o acesso, capta necessidades, identifica prioridades e detecta os casos de risco, a sua incorporação como membro da equipe de saúde tem despertado o interesse da comunidade científica. A publicação bibliográfica sobre os profissionais é recente, pouco abordada em dissertações e teses, sendo os objetivos mais frequentes relacionados à sua caracterização e função. Na prática, seu trabalho mantém-se como “ponte” entre os serviços de saúde e comunidade, porém, o que se pretende é que seja um facilitador do diálogo entre o conhecimento de caráter popular e o conhecimento científico. Na realidade, o que se constata é cooptação do primeiro pelo segundo. Conclusão: O agente comunitário de saúde contribui para o processo de educação e construção de um modelo de saúde que é avaliado quando o mesmo desenvolve uma visão mais crítica e ampliada sobre sua realidade social, isso ocorre mais em função de sua vivência e experiência prática do que a partir de um ambiente formal de capacitação, ele desenvolve um trabalho de conscientização diária com os usuários, que na maioria das vezes não podem se deslocar até a unidade de saúde.