O presente artigo consiste num relato com base em uma pesquisa de Iniciação Científica, PIBIq/UEPB, realizada pelo Grupo de Pesquisa, “Dialogando com a Diversidade Étnico Racial”, entre agosto/2016 e julho/2017. A mesma teve como objetivo investigar e analisar a prática docente de ensino de história sobre a temática africana e afro-brasileira nos 4º e 5º anos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, tendo como campo de pesquisa, três escolas da Rede Municipal de Ensino da cidade de Campina Grande-PB. Essa pesquisa teve sua origem devido às inquietações que surgiram ao observarmos, em circunstâncias anteriores, que ao tratarem a temática africana e afro-brasileira alguns docentes faziam uso do livro didático de História como único recurso, o conteúdo ministrado era limitado e com lacunas. Em pesquisas já realizadas anteriormente, verificamos que algumas coleções de livros didáticos de história das turmas de 4º e 5º anos apresentavam o conteúdo referente à temática africana e afro-brasileira de forma resumida e com alguns conteúdos ausentes. Diante do contexto exposto, desenvolvemos três oficinas nas quais foram abordados temas relacionados ao continente africano, o trabalho escravo e resistência negra, a Abolição e o Pós-abolição. Fazendo uso de uma metodologia de cunho qualitativa, um dos maiores desafios enfrentados foi o de adentrar em cada escola e compreender as redes que se articulavam em cada espaço e pessoas do ambiente explorado. Nessa perspectiva, no intuito de orientar nossas ações durante a realização das oficinas, nos encontros destinados a estudos, promovidos pelo Grupo de Pesquisa, buscamos estudar e discutir alguns autores e documentos oficiais relacionados ao tema, como as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Racial e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana; Parâmetros Curriculares Nacionais – Pluralidade cultural/Orientação sexual. Com base na participação nas oficinas e no material produzido pelos alunos, destacamos três categorias que nortearam as discussões que serão dispostas no decorrer deste artigo, sendo elas: A lei Áurea como a salvação dos escravos negros, o escravizado negro e sua passividade e, ainda, a parceria universidade e escola. Considerando essa última de fundamental importância a fim de que se promova uma implementação na formação desses professores, contribuindo para que haja mudanças significativas, tanto na sala de aula, quanto no âmbito escolar como um todo, em se tratando da importância com que é tratada e metodologia utilizada nas aulas da disciplina de História.