O território é um espaço em contínuo processo de construção e reconstrução e envolve a junção de variadas situações históricas, ambientais e sociais. Diante dessa concepção de território é que se torna possível fazer uma caracterização da população e de seus problemas para, então, se construir uma realidade de saúde que possa ser útil para a avaliação do impacto das ações e dos serviços prestados. Levando em consideração que o processo saúde-doença pressupõe a interligação dos determinantes e dos condicionantes, a inter-relação do homem com o meio pode ser utilizada para explicar o adoecimento. Logo, esse entendimento implica diretamente na mudança de atitudes dos profissionais da equipe, que devem direcionar a produção do cuidado considerando o ambiente que o indivíduo está inserido, bem como os demais aspectos que podem influenciar o processo saúde-doença. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo relatar a experiência dos discentes do primeiro período do Curso de Graduação em Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba (FCM-PB), através do módulo Atenção à Saúde I, sobre o processo de territorialização em uma Unidade de Saúde da Família e demonstrar sua importância como ferramenta de gerenciamento do processo de trabalho de uma equipe da Estratégia Saúde da Família. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, do tipo relato de experiência, que teve duração de quatro meses, compreendendo o período de março a maio de 2016 e foi realizado no território-área de uma USF pertencente ao V Distrito Sanitário, localizada no município de João Pessoa-PB. A coleta de dados se deu, majoritariamente, por fontes primárias, visto que foram obtidos através de diálogos ou entrevistas com os profissionais ligados à USF e moradores da comunidade, além de fontes secundárias, a partir de consultas a bancos de dados e sistemas de informação. Foram realizadas seis visitas à USF e, no decorrer delas, foi possível conhecer as atividades desempenhadas pelos profissionais, como médico, agente de saúde, enfermeiro, odontologista, gerentes e secretários; conhecer os limites de abrangência do território adscrito; bem como, observar as especificidades, os hábitos culturais, os equipamentos sociais e o meio ambiente de cada microárea. Dessa forma, é possível entender o território como um todo, e, assim, garantir que as intervenções necessárias possam ser realizadas dentro dos anseios da comunidade, aumentando o poder de resolutividade da equipe da USF. A territorialização como ferramenta da estratégia de saúde da família se mostra de extrema relevância para garantir um acompanhamento adequado das famílias pela equipe multiprofissional da USF, uma vez que essa ferramenta auxilia na compreensão das necessidades da população, presente no território da Unidade, e no entendimento dos fatores determinantes e condicionantes do processo saúde-doença dessa área. Ao passo que direciona a equipe a agir da forma mais adequada para sanar os problemas identificados, bem como agir para intensificar os pontos positivos apresentados, priorizando sempre um maior grau de efetividade, a fim de fornecer maiores garantias de proteção e de preservação da saúde aos usuários. Palavras-chave: Territorialização; Saúde da Família; Atenção Básica.