Resumo: Descrever e analisar o comportamento da Leishmaniose Visceral (LV) no estado da Paraíba, traçando um perfil epidemiológico, observando grupos da população mais expostos e as tendências da LV. Método: estudo transversal retrospectivo, de caráter descritivo, sobre os casos de LV registrados durante o período 2007 a 2015, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados: foram registrados no período 348 casos de LV, uma média de 38,7 novos casos por ano, 41,67% dos pacientes possuíam até o ensino médio incompleto, a faixa etária de 20-39 foi a mais atingida (31,61%), 64,37% do total eram homens, a cor/raça mais acometida foi a parda (64,65%), a taxa de coinfecção por HIV, 18,68%, sendo desses, 66,15% do gênero masculino, a taxa de cura da LV foi de 62,93%, a letalidade foi de 9,48%. Conclusão: Verificou-se que a LV ocorre nos dois âmbitos geográficos, na Paraíba, tanto no interior sertanejo, região historicamente mais afetada, como alcançou forte penetrância no meio urbano. O combate e a atenção à LV se constituem um grande desafio para o sistema de saúde brasileiro, portanto, é necessário reorganizar a rede de atenção à saúde, e capacitá-la para o combate da transmissão, bem como o manejo da LV, de modo a elaborar estratégias mais eficazes quanto à prevenção e diagnóstico precoce com o fito de uma redução no número de novos casos de LV. O envolvimento da comunidade é de fundamental importância para o bom funcionamento e fortalecimento das estratégias de combate atuais, por isso a população deve estar ciente de informações sobre como a LV e seus mecanismos de transmissão atuam, de modo a ocorrer um maior sinergismo entre sistema de saúde e comunidade colaboradora.