Resumo: As infecções urinárias são frequentes nas internações hospitalares e normalmente estão
associadas à instrumentação e manuseio do trato urinário. Nas unidades de terapia intensiva, há uma
ocorrência ainda maior deste tipo de infecção devido à maior diversidade microbiana e maior
exposição a procedimentos invasivos, como o cateterismo vesical. Esse trabalho tem como objetivo
verificar a incidência de Infecções no Trato Urinário (ITU) associada ao Cateterismo Vesical de
Demora em um hospital de alta complexidade do nordeste brasileiro. Trata-se de um estudo
transversal com abordagem indutiva e procedimentos descritivos. Sua realização se dará em um
hospital de referência em tratamentos de urgência e emergência na cidade de Campina Grande e, a
população bem como a amostra será composta por pacientes internados e submetidos ao cateterismo
vesical de demora no período da realização do estudo. Os dados serão obtidos a princípio pela
utilização de um formulário para coleta de dados provindos do prontuário do paciente referente à
idade, sexo, motivo da internação e posteriormente pela observação direta e sistemática quanto ao
indicador de avaliação das condições do uso do cateter vesical. Entre os 27 clientes avaliados, a
maioria era do sexo masculino (62,9%), com faixa etária de 18 a 64 anos (70,4%), sendo que 33,3% se
encontravam entre 18 e 30 anos. Observou-se um elevado percentual de fixação do cateter vesical de
demora (CVD) de forma inadequada (37%), seguido do fluxo urinário obstruído total ou parcialmente
(22,2%). Embora não tenha sido observado associação significativa entre cada um dos componentes
do Indicador de Avaliação das condições de CVD com o sexo e faixa etária, verifica-se um percentual
superior de não adequação na fixação e o fluxo urinário desobstruído no sexo masculino e faixa etária
mais jovem (18-64 anos). Observou-se um elevado percentual de inobservância quanto à fixação
adequada do CVD por parte dos profissionais, bem como com a obstrução do fluxo urinário total ou
parcialmente, associado a ITU. Verificou-se ainda, uma ausência de rotina para trocas do CVD. Desta
forma, se faz necessário o estabelecimento de normas e rotinas para melhor fixação, controle de
obstrução do CVD e trocas a partir de protocolos baseado em evidências dos CVD nesta unidade
hospitalar.