Introdução: Em idosos, o tabagismo é associado ao aumento da chance de óbitos por doenças crônicas não degenerativas como o câncer, especialmente quando a carga tabágica é elevada. Além disso, pode provocar o surgimento ou ampliação de comorbidades e complicações clínicas, onerando substancialmente o sistema de saúde. Informações que determinem o perfil epidemiológico dessa população podem contribuir para a proposição de estratégias e políticas públicas específicas, que minimizem os prejuízos provocados pelo tabagismo. Objetivo: descrever o perfil do idoso tabagista residente no estado do Rio Grande do Norte (RN). Método: as informações foram coletadas a partir dos dados gerados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) – Suplemento Acesso e Utilização de Serviços de Saúde (2008). A população foi composta por idosos com 60 anos ou mais de idade, residentes no RN e que declararam serem fumantes diários de algum derivado de tabaco. As variáveis contemplaram indicadores socioeconômicos, demográficos, de assistência e comportamento relacionado à saúde. A análise descritiva dos dados incluiu frequências absolutas e relativas das variáveis e foi realizada no software Excel versão 2007. Por não incluir voluntários assistidos e como toda a coleta contemplou bases secundárias de domínio público, sem prejuízos ou danos à saúde dos indivíduos, dispensou-se envio ao comitê de ética. Resultado: Das 2.311.737 pessoas entrevistadas no RN, 331.451 (14,3%) eram idosos com 60 anos ou mais. Destes, 61.763 (18,63%) declararam-se fumantes, com maior prevalência de idosos fumantes diários (86,2%). A razão de sexo foi de 0,98 homens por mulher. 28.760 (54%) idosos fumantes diários tinham 60 a 69 anos de idade, 31.588 (59,29%) não possuíam instrução ou tinham menos de um ano de estudo, 38.192 (71,68%) eram da cor parda, 34.431 (64,65%) residiam na área urbana e 47.617 (89,37%) ganhavam até 1,99 salários mínimos. 49.505 (92,95%) não tinham cobertura de plano de saúde, 32.529 (61,05%) declararam ter pelo menos uma doença crônica, 16.980 (31,87%) não foram a uma consulta médica nos últimos 12 meses, 34.889 (65,48%) não visitam o dentista há 3 anos ou mais e 15.559 (29,20%) declararam-se fisicamente inativos. Conclusão: existiu elevada prevalência de fumantes diários dentre os idosos tabagistas. O perfil encontrado foi de indivíduos com idade entre 60 e 69 anos, cor parda, sem predomínio quanto ao sexo, residentes na área urbana, baixo grau de instrução, baixa renda, sem cobertura de plano de saúde, com pelo menos uma doença crônica. Há ainda elevada prevalência de indivíduos fisicamente inativos e sem acompanhamento médico e odontológico recente.