Muito se discute que o discurso de informação é uma atividade de linguagem que permite que se estabeleça o vínculo social propiciando o reconhecimento identitário. As mídias se interessam por este tipo de discurso de maneira organizada, se instituindo “máquina midiática” de fabricação de informação. Como forma de distinção, cada tipo midiático assume postura diversa sobre o que deve ser a informação e como tratá-la. Sabemos também que os estudos sobre o discurso midiático vão se interessar pela lógica simbólica da mídia. A forma pelo qual o indivíduo regula a troca social, constrói as representações dos valores que subjazem a sua prática, criando e manipulando signos para a produção de sentido. O sentido que resulta do ato comunicativo entre duas instâncias depende da intencionalidade que se instaura entre os dois. Comunicar e informar seriam estratégias discursivas para influenciar o outro. A Análise do Discurso por tomar como objeto de estudo a produção de efeitos de sentido configura-se como um eficaz dispositivo metodológico, na medida em que permite entender o papel dos discursos na produção de identidades sociais, considerando o entrelaçamento entre o homem, língua, história. Sabendo disso, a AD se compromete a descrever as articulações entre as formas enunciativas, suas associações em discursos, inserção em formações discursivas, circulação através de práticas, controle por princípios relacionados ao poder, inscrição no registro histórico, enfim, analisar construções ideológicas presentes nos textos, inclusive os textos do universo midiático e as ideologias que os constróem. Nosso interesse nesta reflexão é discutir a mídia como ambiente de mediação da pauta política, corroborando que a política não pode permanecer alheia à mídia e que esta atravessa e transforma de muitas maneiras o fazer e o desempenhar políticos. Pretende-se observar a influência que a televisão e seus mecanismos têm sobre o fazer político em tempos de “cultura do espetáculo”, já que esta se apresenta como espaço público privilegiado, caminho para a visibilidade do político e dos partidos eleitorais. A pesquisa é de caráter bibliográfico e se debruça sobre os textos que discutem sobre mídia, política e discurso. O que se pode perceber ao longo da pesquisa é que não podemos assumir postura passiva ou ingênua quando se trata de cenário político, principalmente por ser um ambiente marcado pela soberania midiática. Falar sobre a produção de identidades específicas pela política, através da mídia, em nossa atual conjuntura histórica é necessário. Julgamos que designar focos específicos de poder é o primeiro momento e ação para que se possa estabelecer comportamento antagônico contra ele. Aceitar que a mídia se mostra como orientadora e modelo para o público, inclusive sujeitos políticos, e que estes se entregam para os mandamentos que são ditos por ela, é um primeiro alerta sobre as estratégias utilizadas pelo meio político para subjugar e subjetivar seus eleitores. Esse é o resultado dessa discussão, refletir sobre as estratégias de disciplinamento utilizadas pela política e pela mídia na sociedade de controle em que estamos imersos e acreditar nesta reflexão como forma de resistência e libertação do sujeito.