Antes dos anos 80, ser alfabetizado significava decodificar o código linguístico. Foi a partir da década de 80 que vários pesquisadores sentiram falta de um termo que se referisse aos aspectos sócio-históricos do uso da escrita, sem as conotações associadas à alfabetização. Daí que surgiu o termo “letramento” para se referir as práticas de uso da escrita que vinham modificando profundamente a sociedade, mais amplas que as práticas da escola do uso da escrita, incluindo-as, porém. Daí surge o termo letramento, uma forma de leitura e escrita que leva em conta os aspectos sócio-históricos da língua, compreende que os textos não são neutros e que estão forçosamente situados.
Apesar de estarmos numa época moderna, o letramento crítico ainda é pouco presente em aulas de língua materna e língua estrangeira e é partindo desta problemática que este trabalho mostra um relato de experiência, numa turma de Ensino Fundamental, com a finalidade de provocar reflexões sobre a leitura e escrita crítica com os alunos a partir do conto da Chapeuzinho Vermelho.
A escola não pode estar longe de este tipo de prática que cada vez mais nos oferece desafios, principalmente com o desenvolvimento das tecnologias digitais e a constante presença de textos multimodais. O percurso desta experiência foi dado em três atividades a partir da leitura do conto da Chapeuzinho Vermelho. Para sustentar esse trabalho, baseamo-nos em Cassany (2006) e nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006). O resultado foi despertar uma consciência crítica dos estudantes deste nível de ensino para que possam encarar as outras leituras e escritas do dia a dia como uma construção ideológica, fazendo deles cidadãos conscientes do mundo que os rodeia e entes participativos na sociedade.
Palavras-chave: Letramento crítico, conto da Chapeuzinho Vermelho, Formação cidadã.