O estudo compreende uma leitura do romance O Bom Crioulo, de Adolfo Caminha, a partir da metáfora do mar. Nele analisamos a (des) construção do sentido de liberdade doravante as vozes que se cruzam no texto em três dimensões discursivas. Sendo assim, o trabalho concentra-se na teoria enunciativa de Bakhtin (2008, 2010, 2011) e O Círculo (1997), a qual trabalha o processo dialógico da linguagem, que concerne, no texto, o embate das expressões e dos sistemas de valores que situam variados entendimentos de mundo incorporados na visão do Outro, posto que o Eu se constrói em face do discurso do Outro sobre ele. Portanto, discute-se, apoiado no gênero romance, como a ideia de liberdade se configura prisão em razão da expressividade volitivoemocional que funda o todo do sujeito protagonista em três momentos discursivos: o escravo, o marinheiro e o apaixonado, caracterizações que marcam a consciência do personagem numa dimensão tempo/espaço. Para tanto, o corpus compreende recortes da expressão mar na qualidade de enunciados postos no romance em diálogo com o gênero Curta metragem, enquanto leitura produzida em vídeo, sobre o assunto em pauta, pelos alunos. Ou seja, a produção do Curta configura a compreensão do sentido de liberdade que os alunos tiveram sobre o elemento mar marcado nos discursos. Discorremos sobre as categorias de análise linguística como sujeito, palavra, dialogismo etc. que alicerçam as vozes que se entrecruzam na narrativa. Os resultados apontam que os enunciados acerca da liberdade pontuam um novo olhar sobre a história, a cultura e a sociedade que enlaçam o homem sob a força do preconceito.