Pesquisas recentes (FAILLA, 2016; MACHADO, 2012; STEPHANI, 2014) revelam que os professores são as figuras mais influentes na formação de novos leitores. Essas pesquisas também apontam que os interesses de leitura dos docentes não diferem dos gostos da maioria da população e que os gêneros mais lidos são: livros didáticos, bíblia, livros religiosos, livros técnicos, livros infantis e livros de auto-ajuda. No que diz respeito à formação e ao letramento literário, estudos indicam que um número significativo dos nossos professores não teve acesso à obras literárias em casa nem construiu práticas sociais de leitura (na Educação Básica e nos cursos de graduação universitária). Neste trabalho apresentaremos reflexões sobre um dos pontos evidenciados na pesquisa Leitura em Sala: compromisso de todas as disciplinas, realizado no Ifal – Campus Palmeira dos Índios, no primeiro semestre deste ano: a preferência dos professores pelo uso do texto informativo em sala de aula e também a preferência pessoal deles por leitura de textos não-literários. Partimos dessa realidade e dos últimos resultados das pesquisas Retratos de Leitura no Brasil e PISA para propor uma reflexão sobre o quê e como fazer para transformar esses docentes, que têm pouca familiaridade e pouco gosto pela literatura, em um agente disseminador de leitura literária, visto que uma das alternativas para melhorar os índices de leitura do país é justamente estimular professores a lerem textos literários.