Este trabalho tem como objetivo trazer algumas considerações sobre a prática de ensino-aprendizagem e a noção de epistemologia trabalhada em sala de aula. Entendemos que a tarefa de ensinar na vida de professor está envolvida com muitas questões, que vão desde uma atividade profissional até o desenvolvimento da pesquisa, passando pela formação e orientação dos alunos. Logo, enquanto trabalhadores somos responsáveis, em conjunto com a família e a sociedade, pelo preparo dos futuros cidadãos. Contudo em uma sociedade capitalista, classicista e com tantos conflitos sociais como a nossa, as ideais que vão germinando em relação ao conhecimento, à escola e ao saber científico, encontram diferentes formatos, principalmente em relação às classes menos favorecidas.
Nesse trabalho vamos discutir a importância do questionamento em torno da epistemologia e como esse questionamento pode ser uma porta à construção do conhecimento tanto para professores como para alunos. Primeiramente apresentaremos alguns dos questionamentos dos alunos na escola sobre o conhecimento ministrado. Em seguida o questionamento dos alunos e uma reflexão sobre a visão de epistemologia do professor a partir do trabalho de Becker. Pontuaremos o que entendemos por indagação epistemológica trazendo contribuições de Castells e Harré sobre epistemologia e ciência.
Nossa reflexão caminhará para discutir a formação do professor a partir do direito garantido na constituição como um objetivo de formação tanto pessoal quanto coletiva. A luz de Pinto (1979), discutiremos a importância de se preparar um quadro intelectual com massa crítica e teórica contundente, partindo-se do entendimento de que uma formação baseadas em princípios sólidos críticos-científicos garantiria ao professor ser produtor de conhecimento e não mero reprodutor. Ao final pontuaremos a necessidades de uma formação que promova indagações epistemológicas de professores e alunos, acreditando serem estas janelas para a um desenvolvimento crítico e de superação da realidade.