Resumo
Este estudo objetivou analisar, através de fragmentos de memórias expressos nos relatos orais, as práticas de curas efetuadas pelas mulheres mais antigas da comunidade, destacando o papel das parteiras, rezadeiras e benzendeiras, bem como o uso das plantas e ervas para o tratamento dos enfermos no cotidiano e nas histórias de vida destas mulheres. Dessa forma, a partir dos relatos das mulheres idosas desta comunidade, identificamos as “táticas” utilizadas para manter e ressignificar no cotidiano social práticas de cura (rezas) e práticas terapêuticas, que foram transmitidas via oralidade. Buscamos igualmente perceber os modos de viver destas mulheres, que em diversas situações se contrapõem no dia-a-dia, a determinadas “estratégias” de homogeneização que negam os valores culturais de grupos considerados “subordinados” na sociedade, como é o caso dos negros.
Palavras-chave: Comunidade Quilombola. Saberes da tradição. Práticas culturais. Mulheres negras.