As pesquisas internacionais no campo da Educação Histórica vêm se desenvolvendo em países como Inglaterra, Alemanha e Portugal; e chegam agora ao Brasil tendo como parâmetro investigar como é compreendida a construção do conhecimento histórico nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Ao se refletir sobre o conhecimento histórico no processo de escolarização da criança percebia-se o quanto essa temática passava despercebida ou até mesmo era ignorada por alguns professores. Essas reflexões estão crescendo nos últimos anos, em decorrência do desenvolvimento de Programas de Pós-graduação e da pesquisa em educação. O currículo, a formação de professores, a relação professor-aluno, o processo de ensino e aprendizagem estão sendo considerados como elementos fundamentais nesta nova abordagem. O conhecimento histórico nos anos iniciais é um campo de conhecimento fundamental para a formação do sujeito por tratar de noções estruturantes como tempo, identidade e relações sociais. O desenvolvimento do pensamento histórico se articularia com o modo de pensar de cada criança a partir daquilo que lhe é relevante, distinguindo as questões históricas a partir do momento em que faz conjecturas e diferencia a história disciplina das outras maneiras de representar o passado, sejam elas espontâneas ou não. Uma Aprendizagem histórica significativa nos remete ao trabalho com a memória, com ações de sujeitos em diferentes tempos e espaços, com expressões coletivas, com tradições e com mudanças. Exige-nos ir além da cronologia, além de ações isoladas, de fatos e consequências. Aponta-nos caminhos, possibilidades, reflexões e criticidade. Não tem a ver com memorização da matéria contida no livro didático ou ensinada pelo professor, e sim, compreende a atitude de acessar o passado interrogando-o, investigando-o, de forma que nos ajude a dimensionar, questionar e responder às problemáticas que nos afligem no presente. Fazer esse exercício de análise e interpretação sobre as experiências de aprender e ensinar história nos remete aos desafios da escola, da formação de professores e da desconstrução de uma ideia cristalizada sobre a impossibilidade de ensinar história nos anos iniciais. Este trabalho tem como objetivo uma discussão acerca do conhecimento histórico produzido em sala de aula sob a perspectiva de ensino e aprendizagem do docente nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para isso será utilizado abordagens do livro Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire (1987) quando se discute o tema da educação bancária e da educação como uma práxis educativa critica, propondo um comprometimento social na condição de emancipação do aluno além de autores que discutem em suas pesquisas a construção do conhecimento histórico, como Cainelli (2006) e Schimdt (2012).
PALAVRAS-CHAVES: Ensino de História; Conhecimento histórico; Pedagogia do Oprimido.