A falta de consciência da humanidade com o meio ambiente é antiga, e nos leva a cada dia sentir e constatar as consequências dessa falta de cuidado com nossos recursos naturais, a visão de lucro em detrimento as questões ambientais não tem causado apenas danos à fauna e flora, tem afetado diretamente a vida em nosso planeta, incluindo a espécie humana. Embora as questões ambientais tenham adquirido uma grande importância na nossa sociedade, estudos demonstram avanços na degradação ambiental, e quase sempre o assunto só é levado a sério quando afeta diretamente o indivíduo. A escola deveria discutir sobre a educação ambiental, através de práticas pedagógicas, levando o discente a refletir, e principalmente agir sobre seu papel diante de uma sociedade que foi ensinada desde sempre a consumir sem a menor preocupação com as gerações futuras, consumir como se nossas reservas naturais fossem infinitas. É notória a importância da educação ambiental nas escolas, todos sabem o quanto é necessário o fomento da preservação do meio ambiente através de mudanças de atitude e reflexões acerca do assunto, no entanto a educação ambiental nas escolas ainda é tratada de forma secundária e preconizada apenas como tema transversal, e abordada quase sempre por professores de geografia, biologia e algumas outras disciplinas em momentos distintos, sem nenhum trabalho sequencial ou contínuo. Partindo da experiência de lecionar no IFRR – Campus Amajari a disciplina de geografia na turma do Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio em Regime de Alternância – onde 90% dos alunos dessa turma são indígenas, das etnias Macuxi e Wapichana, oriundos das comunidades indígenas do Barata, da Anta I, Anta II, Boqueirão, Piúm e Taino, no município vizinho de Alto Alegre – viu-se a possibilidade de uma ação educacional voltada as questões ambientais que pudesse impactar no ambiente escolar e principalmente pudesse conscientizar os discentes envolvidos de tal forma que esse trabalho pudesse ser replicado em suas respectivas comunidades. A justificativa para tal ação advém da observação, feita in loco através de visitas técnicas feitas nas comunidades acompanhando outras ações nos tempos comunidades – pois os alunos em regime de alternância ficam 15 dias do mês na escola (com aulas regulares) e 15 dias em suas comunidades (desenvolvendo atividades práticas) – onde foram observados pelos próprios discentes algumas práticas erradas como: lixo jogado em locais inadequados, prática de queimadas, desmatamento de matas ciliares, entre outras. Além de algumas práticas inadequadas dentro do próprio campus. O objetivo do projeto era poder chamar a atenção para as questões ambientais em alguns pontos do ambiente escolar, despertando o interesse pelo assunto nos demais discentes, servidores e visitantes do IFRR – Campus Amajari, bem como em seguida estender essa experiência para as comunidades indígenas as quais esses discentes são oriundos, incluindo práticas agroecológicas e de manejo sustentáveis. Espera-se que através das ações desenvolvidas no Campus, os discentes possam refletir mais sobre o verdadeiro sentido do exercício da cidadania, e que possam levar essas ideias e ações para as suas comunidades, bem como para sua vida profissional.