Este estudo sobre a trajetória profissional da educadora Maria Jose Mamede Galvão converge para uma análise historiográfica que se assenta sobre a história das práticas educativas e da profissão docente.
Considero enquanto alternativa metodológica mais adequada para responder às demandas postas por este estudo a história oral, reconhecida por valorizar a memória dos sujeitos, resgatando a tradição oral e as experiências vividas por atores sociais colocados à margem da história tradicional. Para Meihy (1996, p.10), a fonte oral é “[...] uma percepção do passado como algo que tem continuidade hoje e cujo processo histórico não está acabado”. A autora considera que ela “garante sentido social à vida de depoentes e leitores que passam a entender a sequência histórica e a sentirem-se parte do contexto em que vivem”.
Chartier (2002, p.84) também faz referência ao relato como uma singularidade da história, pelo fato de manter uma relação específica com a verdade, pois as construções narrativas pretendem ser “a reconstituição de um passado que existiu”.
Thompson (1992, p.22) define a história oral como prática social que pode gerar mudanças que transformam tanto o conteúdo quanto a finalidade da história, posto que altera o enfoque da própria história e revela novos campos de investigação, podendo derrubar barreiras entre os sujeitos.
A partir deste entendimento, a narrativa construída neste trabalho, com base no objeto de pesquisa e em sua problematização, será feita prioritariamente com fontes orais, no entanto, não se furtará ao diálogo com fontes documentais.