A identidade estereotipada do idoso perpetua a manutenção negativa dos significados que envolvem o envelhecimento. As limitações fisiológicas durante a velhice e a inatividade sexual perpassam a concepção social do que é tornar-se velho, não considerando as diversas trajetórias envolvidas durante o processo de envelhecimento, seus diferentes contextos e indivíduos. De maneira que, as expressões das sexualidades é algo improvável quando atribuídas à velhice. Ao se tratar de mulheres idosas esta intersecção se mostra ainda mais limitada frente ao estigma e figura normatizada do papel da mulher idosa. Objetivamos neste estudo compartilhar trajetórias de vidas de mulheres idosas relacionadas às suas sexualidades mediando reflexões na interface com marcadores sociais (idade/classe) produtores de modos de subjetivação diversos. Trata-se de um estudo qualitativo de caráter exploratório que utilizou como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada. Os dados das entrevistas foram analisados a partir da análise de conteúdo sugerida por Laurence Bardin. Ponderamos ser imprescindível a discussão acerca das experiências de mulheres idosas, para que se reconheça a necessária visibilidade que as sexualidades e os múltiplos modos de expressar-se subjetivamente possuem na velhice.