O artigo propõe, a partir da experiência de realização de uma pesquisa doutoral (2010-2014) sobre a imprensa gay no Brasil, refletir sobre questões fundamentais na demarcação desse universo de publicações como campo de investigação. Toma-se como ponto de partida a necessidade de, mesmo reconhecendo sua validade e importância na construção de uma visibilidade para esse campo editorial, “dessencializar” a designação de um segmento de imprensa como “gay”, refletindo sobre os potenciais e os limites desse referencial identitário; contribuir para reflexões sobre estratégias teórico-metodológicas de análise de textos, discursos e práticas sociais associados à imprensa gay, em particular a contribuição de uma perspectiva queer; explicitar a relevância deste universo de publicações como “tecnologias de gênero”, em correlação aos processos mais amplos de construção e reelaborações das dinâmicas identitárias e das políticas sexuais e de gênero no Brasil.