O presente artigo versa sobre a naturalização da violência contra a mulher numa perspectiva de identificar como essa problemática criou raízes na sociedade, tornando-se aceitável e justificável a partir dos valores e condutas morais impostas as mulheres no período colonial, mais precisamente durante o século XVIII, aos dias atuais. Este estudo foi motivado ao constatar-se o lugar social ocupado pelas mulheres. Com isso, busca-se promover um diálogo entre a organização familiar no período colonial, especificamente no século XVIII, com a atualidade e refletir sobre a força do patriarcado nas relações sociais. Para o processo de coleta de dados, adotamos o levantamento bibliográfico, bem como, a “entrevista não estruturada”, a qual segundo Prodanov (2013) consiste na autonomia do investigador de ampliar as questões, tendo em vista que são perguntas abertas. O roteiro foi composto por questões abertas. Para a análise das falas das entrevistadas, nos ancoramos na análise de discurso de Foucault, que tenta identificar como se (re)produz o discurso historicamente e quais as regras implícitas na construção desse discurso. A amostra dos sujeitos foi composta por 10 mulheres. Distribuídas da seguinte forma: 7 estudantes de diferentes cursos da UFPB, 03 servidoras. Todas as entrevistas foram gravadas. Os resultados da pesquisa nos levam a concluir que a violência contra a mulher ainda é um reflexo dos pré-conceitos ligados à sua imagem que foi construída historicamente, influenciando ainda hoje nos papéis direcionados às mulheres no convívio social, político e econômico.