Desde o período da formação da República e a quebra do monopólio católico, o Brasil tem sido alvo de um crescente pluralismo religioso. Nas últimas décadas o cenário nacional tem vivido mudanças significativas no âmbito da religião, sobretudo pelo crescimento das igrejas e templos pentecostais. Neste contexto, aliado a outros fatores como o surgimento do movimento homossexual, em consonância aos processos de transformações da intimidade, mudanças no âmbito da subjetividade etc., construiu-se um terreno fértil para o surgimento de denominações religiosas, de matriz cristã, que pregam a organização de uma nova hermenêutica com o objetivo de inserir o homossexual no plano de salvação sem procedimentos de cura ou demonização. Este artigo, portanto, propõe-se à problematização acerca do surgimento dessas denominações, trazendo um enfoque maior ao contexto de formação da Igreja Missionária Inclusiva na cidade de Maceió - AL, salientando a experiência da abjeção, entre seus membros, como um dos critérios preponderantes para a edificação de um discurso cristão inclusivo, com propósitos de buscar legitimidade e reconhecimento entre os mesmos e entre setores mais amplos da sociedade.