Resumo: Em manuais de condutas feitos nas décadas de 50 e 60 pela Editora Ediouro e relançados nos anos subsequentes pela mesma editora, eram estipuladas normas de condutas geralmente pensadas para perpetuar o que era compreendido por bons hábitos pelos seus autores, aqui nesta pesquisa objetivamos pensar um manual especialmente, “Aprenda as Boas Maneiras” escrito por Dora Maria (1961), nele analisaremos como foram desenhadas normas em referência à beleza feminina, e desta forma, pensar o que era compreendido como belo? De que modo eram representadas as normas? Pretendemos pensar a beleza e consequentemente as sensações de felicidade e/ou tristeza descritos nos manuais de condutas obtidas através das representações textuais. Para tanto, utilizaremos metodologicamente os conceitos de leitura e representação das fontes de Chartier, no sentido de que mediante a leitura desses manuais e subsequentes representações discursivas ao desejo de subjetivações das normas, a mulher leitora teria a possibilidade de pensar suas práticas, inclusive as referentes a beleza. Em consequência disto, a representação do sujeito é substancial para a subjetivação do belo e a boa performance percebida pela forma como se comporta, fazem circular a impressão de boas maneiras e refinamento. Uma mulher feliz, é uma mulher bela. Logo, pensar a etiqueta é muito mais do que vivenciar regras de conduta pré-determinadas e de como agir em diversas situações; etiqueta é primeiramente intrínseca, subjetiva. Portanto, as subjetividades reveladas pela elegância feminina e a conduta impecável, sempre atrelada a higiene, à sutileza e a alegria, permitiriam o bom convívio em sociedade.