Resumo: A representação fílmica como qualquer outra, se posiciona discursivamente em relação ao mundo, influenciando na maneira com a qual a sociedade atribui significado à realidade. Notadamente, o discurso sobre a feminilidade e a masculinidade não fogem a isso. Assim, visa-se investigar o discurso da tecnologia social heteronormativa inscrito nas representações de feminilidade e de masculinidade projetadas, respectivamente, sobre as mulheres e sobre os homens na comédia romântica hollywoodiana “Vestida para casar”. Partindo, portanto, das teorizações sobre o corpo e gênero inseridas na tradição recente da teoria queer, pretende-se discutir os significados construídos em torno das representações de gênero projetados sobre a mulher e sobre o homem. Para isso, com base em uma abordagem qualitativa, buscar-se-á, dar respostas a questões particulares que não podem ser quantificadas por fazerem parte de uma teia de significados, crenças, valores e costumes. A imagem, no cinema pode projetar sobre as pessoas um padrão a ser seguido, podendo se colocar como produtor de gêneros, projetando sobre a mulher e sobre o homem papéis que orientam a sua vida, as suas escolhas e comportamentos. No filme, as mulheres são representadas a partir de casamentos monogâmicos, ideais de beleza, de comportamento, busca pelo “príncipe encantado” e pela formação familiar no esquema pai-mãe- filhos. Já os homens, enquanto frios, canalhas, que ao se apaixonarem pela mocinha se transformam e recuperam sua sensibilidade, sua capacidade de amar e se comprometer. Portanto, o cinema espelha o discurso social heterormativo legitimando-o na sociedade.