A personagem feminina vem ganhando espaço na produção pós-moderna e mais que isso, vem se apresentando com toda a complexidade social e ideológica que os autores e autoras antigos silenciavam. Assim, percebe-se que a narrativa encontra-se em um processo de desconstrução dos estereótipos da mulher na Literatura. Entre os escritores e escritoras contemporâneos, que buscam uma visão mais moderna e desmistificadora da mulher, Janaína Azevedo, com o conto "As mulheres da quadrilha", (re)configura a subjetividade da mulher pós-moderna de maneira original e interdiscursiva. Em um processo de clara intertextualidade com o poema "A quadrilha", de Carlos Drummond de Andrade, e "Os três mal amados" de João Cabral de Melo Neto, o conto de Janaína traz à baila as diversas faces da mulher e seus dilemas cotidianos. Procuramos, assim, refletir sobre a identidade feminina no conto azevediano, tendo em vista que é principalmente na atual escrita feminina que o espaço literário se mostra menos pré-concebido e mais aberto em relação à personagem feminina, deixando espaço e voz para que as personagens se apresentem e falem sobre si, proporcionando real visibilidade à suas subjetividades. Nesse sentido, discutiremos a semiotização da mulher pós-moderna nas personagens do conto em questão.