As compilações populares representam para o nordestino bem mais do que manifestações de caráter estético, artístico. São, na verdade, expressões de uma prática cultural, um documento onde se presentificam o imaginário, o saber, os anseios, enfim, valores sócio-ideológicos de um povo, os quais, veiculados através de sua literatura, evidenciam traços identitários ainda em efervescência, tanto em sua memória quanto em suas práticas comportamentais. No romance "A mulher infiel", em particular, encontramos valores axiológicos que revelam, de certa forma, o fazer cultural do nordestino, mostrando, inclusive, que os princípios morais superam os sociais. Nosso trabalho, respaldado na semiótica das culturas, objetiva analisar as estruturas narrativa e conceptual do referido romance, buscando observar a correlação entre o fazer do sujeito e a sociedade na qual está inserido.