Este artigo propõe uma reflexão sobre as políticas públicas de prevenção e/ou minimização de violência no ambiente escolar, desenvolvidas por dois estados brasileiros, nos últimos dez anos – São Paulo e Rio de Janeiro. Trata-se do resultado de uma pesquisa documental, financiada pelo Cnpq e Fapesp, onde foram analisados os programas e o material de formação elaborado pelas Secretarias de Estado da Educação e sua relação com o contexto político, econômico e social atual. A partir da análise dos documentos verificamos que os mesmos descartam a violência institucional, compreendendo a violência como algo praticado apenas pelos indivíduos sobre outros indivíduos e instituição, esvaziando-se assim, a violência praticada pelas instituições sobre os indivíduos, sobretudo, da escola e da própria SEE, enquanto instituições normalizadoras. O estado de SP desenvolve uma política voltada à perspectiva de Direitos Humanos e o estado do RJ se orienta por uma concepção de prevenção em um viés sanitarista da Saúde e Qualidade de Vida. Os textos utilizam o termo crime reiteradas vezes, para qualificar as ocorrências no ambiente escolar e atribuem um caráter judicial na administração de conflitos, em um discurso que se contrapõem à ideia de construção de Cultura de Paz, presente no mesmo material.