As crenças sobre o estágio supervisionado, trazidas pelos licenciandos e/ou geradas nos primeiros dias de estágio, podem influenciar a forma como esses alunos-professores percebem o processo de formação docente e sua atuação como professores. Buscando entender melhor como eles percebem o estágio e trazer uma contribuição para área de Formação de Professores, este trabalho tem como objetivo investigar algumas das crenças de três estagiários e sua visão sobre seu papel nessa etapa de pré-serviço a partir de seus memoriais de estágio e de notas de campo de uma das professoras regentes que os acompanhou. A abordagem teórica e metodológica é qualitativa e interpretativa, na perspectiva da Linguística Aplicada aliada à Análise Crítica do Discurso para o exame da Representação dos Atores Sociais. Os resultados parecem indicar uma expectativa negativa quanto ao estágio e o futuro nas salas de aula, bem como uma forma equivocada de perceber o estágio. Além disso, os estagiários se descrevem muito mais como apenas observadores e avaliadores do que como agentes, apesar de um dos objetivos do memorial ser relatar o que eles fizeram no estágio, contrastando também com os relatos da professora sobre a participação dos licenciandos.