Resumo: Muito se tem discutido sobre a necessidade de mudar o Ensino de Ciência em direção a uma educação científica, caminho para a formação de seres autônomos, capazes de agir conscientemente frente aos desafios da modernidade. Igualmente, a formação dos professores de ciência deveria romper com a tradição instrumental, em direção à valorização da articulação com a dimensão cultural, mostrando uma ciência viva, humanizadora, desafiadora da tradição positivista, denunciada, há muito, pela pesquisa na área. No intuito de verificar o eco de tais considerações, desenvolvemos, no âmbito de nosso TTC, uma pesquisa, junto aos professores que lecionam no curso de Licenciatura em Física da UFRPE, relatada em parte no presente artigo, na qual buscamos traçar um perfil epistemológico de suas práticas. Tais posicionamentos foram colhidos por meio de um questionário aberto, sendo as respostas catalogadas, tomando como base posicionamentos conceituais da epistemologia histórica e da epistemologia genética que são discutidos na disciplina de Metodologia do Ensino da Física, pertencente à grade do curso em questão. A análise dos resultados apontou a presença de elementos construtivistas no discurso da maioria dos entrevistados, em contraste com traços característicos do perfil instrumental e a não compreensão das discussões sobre ciências, disseminadas pela pesquisa em educação em ciências.