O objetivo deste estudo foi avaliar a saúde percebida de idosos e verificar as associações da autoavaliação global da saúde atual com a idade, o sexo, as condições de saúde (indicadas pelos sinais/sintomas e doenças auto-relatadas e desempenho em atividades básicas e instrumentais de vida diária) e o envolvimento social. Participaram do estudo 134 idosos sem déficit cognitivo. Os dados foram coletados por entrevista domiciliar utilizando-se os instrumentos: a) Questionário sociodemográfico para avaliar a idade, o sexo e o envolvimento social; b) Questionário de autoavaliação de saúde; c) Questionário de doenças e de sinais e sintomas auto-relatados; d) Índice de independência nas atividades básicas de vida diária; e) Escala de desempenho de atividades instrumentais de vida diária. Foi utilizado o teste qui-quadrado ou o teste de Exato de Fisher (na presença de valores esperados menores que 5) para comparar as variáveis categóricas (p<0,05). Os idosos deste estudo apresentaram uma avaliação mais negativa da própria saúde atual e esta estava associada ao número de sinais, sintomas e doenças autorrelatado e ao desempenho funcional em atividades básicas e instrumentais de vida diária. Por outro lado, ao compararem a saúde atual com contemporâneos, com o passado e com a expectativa no futuro, a avaliação foi mais positiva. O critério de comparação social e temporal funcionou como um amortecedor do impacto que eventos negativos tiveram sobre a autoavaliação da saúde atual.