Este trabalho discute a negligência informacional enfrentada pelas pessoas idosas na recepção de atendimento em um Laboratório de Análises Clínicas do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade de Campina Grande-PB. A discussão surge de observações realizadas no Estágio Supervisionado de Análises Clínicas e, dentre as atividades laboratoriais desenvolvidas, destaca-se a questão da acessibilidade à informação nos espaços públicos da sociedade pelos atores sociais. Portanto, esta discussão focaliza a negligência informacional acerca dos procedimentos de coleta e realização de exames clínicos fornecida pelos informantes da recepção laboratorial as pessoas idosas, atentando-se tanto para a informação como para a sua compreensão. Tal discussão funda-se em pressupostos legais e teóricos acerca da velhice e do envelhecimento, relacionados às práticas comunicacionais das pessoas idosas evidenciadas na recepção laboratorial. Ao relacionar as discussões acerca dos dispositivos legais com as discussões teóricas, dialogando com as observações empíricas atenta-se para o fato de que, se as pessoas idosas enfrentam limitações em suas práticas comunicacionais em diferentes espaços públicos, elas têm o direito de serem ouvidas e compreendidas quando buscam esclarecimentos informacionais sem que enfrentem constrangimentos psicológicos e sociais, cujos mecanismos ameaçam a sua convivência social. Esta discussão proporcionou mudanças nos pontos do ementário do Estágio Supervisionado em Análises Clínicas e da disciplina de Administração e Funcionalidade de Laboratório do Curso Técnico Profissionalizante, ampliando a discussão teoria-prática em torno da humanização nos setores da saúde por meio de uma linguagem cidadã.
This paper discusses the informational negligence faced by elderly people in a reception service at the Clinical Laboratory of the Unified Health System (SUS), in Campina Grande-PB. The discussion arises from observations made during the Supervised Internship of Clinical Analysis and among laboratory activities, we highlight the issue of accessibility to information by anyone at anywhere. Therefore, this discussion focuses on the informational negligence given to elderly about the procedures for clinical collecting and conducting examination by the informants who work at lab s reception, keeping in mind the way how the information is given and its understanding. This discussion is based on legal and theoretical concepts about oldness and aging, related to the communication practices of elderly evidenced at lab s reception. Relating the discussions about the legal mechanisms with the theoretical discussions, dialoguing with empirical observations, we realize that if the elderly faces limitations in their communication practices in different public spaces, they have the right to be heard and be understood when seek for some information without face psychological and social constraints which threaten their social life. This discussion brought changes to the Supervised Internship in Clinical Analysis and in the discipline of Directors and Functionality of Lab of the Technical Course, expanding the discussion between theory and practice about the humanization in the health sector through a citizen language.