Artigo CONEDU - Educação e relações étnico-raciais (Vol.3)

E-books

ISBN: 978-65-5222-011-0

A ATUAÇÃO DO MOVIMENTO NEGRO (EDUCADOR) NO CONTEXTO DA NECROPOLÍTICA: SÉCULOS XX E XXI

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          O CONEDU 2024, em sua d&eacute;cima edi&ccedil;&atilde;o, nos provoca a pensar a educa&ccedil;&atilde;o com o seu papel transformador e potencializadora de uma sociedade mais inclusiva, humanit&aacute;ria e pensada na diferen&ccedil;a pela diferen&ccedil;a. A diversidade nos completa.
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                  Mojub&aacute;!<br />\r\n
                  Em sua d&eacute;cima edi&ccedil;&atilde;o, o X Congresso Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o (CONEDU), realizado em Fortaleza (CE), nos dias 19 a 21 de setembro de 2024, reuniu pensadores, pesquisadores, educadores e estudantes para refletir sobre os &ldquo;Contrastes, diversidade e inclus&atilde;o: a educa&ccedil;&atilde;o no pr&oacute;ximo dec&ecirc;nio. Como resultado desses debates, este e-book nos revela preciosos trabalhos que contribu&iacute;ram nesta discuss&atilde;o.<br />\r\n
                  No Grupo de Trabalho (GT-06), voltado para a &ldquo;Educa&ccedil;&atilde;o e Rela&ccedil;&otilde;es &Eacute;tnico-raciais&rdquo;, coordenado por mim, os trabalhos avaliados (por um grupo de pesquisadoras e pesquisadores dedicados, que aprecio e agrade&ccedil;o) e apresentados durante o evento demonstraram o quanto a pesquisa neste campo tem, a cada ano, se diversificado e compreendido a import&acirc;ncia das rela&ccedil;&otilde;es &eacute;tnico-raciais em todos os campos da educa&ccedil;&atilde;o: dentro e fora da escola, na gest&atilde;o, na forma&ccedil;&atilde;o de professores, nos curr&iacute;culos, nas disciplinas, em todas as etapas, modalidades, eixos e n&iacute;veis. Por isso, este lugar privilegiado de pensar coletivamente as rela&ccedil;&otilde;es &eacute;tnico-raciais no pr&oacute;ximo dec&ecirc;nio.<br />\r\n
                  Com a implementa&ccedil;&atilde;o da Lei n.&ordm; 10.639/2003, nas duas &uacute;ltimas d&eacute;cadas, houve mudan&ccedil;as educativas significativas, diante da obrigatoriedade da legisla&ccedil;&atilde;o; embora &nbsp;ainda haja um coletivo inerte que se op&otilde;e &agrave; compreens&atilde;o dessa lei como um direito, os trabalhos neste GT demonstraram que educadoras e educadores t&ecirc;m constru&iacute;do uma cultura em prol de uma educa&ccedil;&atilde;o antirracista de respeito aos direitos humanos e &agrave;s diferen&ccedil;as. &nbsp;Os cap&iacute;tulos aqui selecionados trazem pesquisas, em diferentes campos, metodologias e etapas, que buscam ratificar o espa&ccedil;o expressivo e o lugar comprometido que a pr&aacute;tica pedag&oacute;gica em prol das rela&ccedil;&otilde;es &eacute;tnico-raciais tem ocupado, que tamb&eacute;m envolve uma postura n&atilde;o omissa, capaz de interferir em valores, posturas, estigmas e julgamentos excludentes presentes na educa&ccedil;&atilde;o.&nbsp;<br />\r\n
                  Assim, como prop&otilde;e o t&iacute;tulo, os contrastes precisam ser abordados e revelados porque &nbsp;comp&otilde;em a diversidade &eacute;tnico-racial que, por sua vez, exige &nbsp;inclus&atilde;o presente e &nbsp;leg&iacute;tima em todos os espa&ccedil;os educativos. Esses tr&ecirc;s quesitos se entrela&ccedil;am nos cap&iacute;tulos apresentados. Todas, todos e todes est&atilde;o convidados a apreci&aacute;-los, ler, reler e conversar com autoras e autores. N&atilde;o deixem a oportunidade passar em debater, mais uma vez, &nbsp;a educa&ccedil;&atilde;o para o pr&oacute;ximo dec&ecirc;nio. Voc&ecirc;s s&atilde;o convidados a fazer (e tomar) parte!<br />\r\n
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                  DENISE MARIA SOARES LIMA<br />\r\n
                  LILIAN MARIA DA SILVA MELLO<br />\r\n
                  CL&Eacute;ZIO ROBERTO GON&Ccedil;ALVES<br />\r\n
                  THAMARA FIGUEIREDO<br />\r\n
                  HEDGARD RODRIGUES DA SILVA<br />\r\n
                  TEREZA LUIZA DE FRAN&Ccedil;A<br />\r\n
                  ANA RITA DE C&Aacute;SSIA SILVA OLIVEIRA<br />\r\n
                  CHRISTINA PEREIRA DA SILVA<br />\r\n
                  F&Aacute;BIO CARLOS VIEIRA PINTO<br />\r\n
                  CRISTIANE SOUSA DA SILVA<br />\r\n
                  RAFAEL MASCARENHAS MATOS<br />\r\n
                  RODRIGO WANTUIR ALVES DE ARA&Uacute;JO<br />\r\n
                  GABRIELE DA SILVA ANTUNES<br />\r\n
                  DAVISON DA SILVA SOUZA
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                  Mojub&aacute;!<br />\r\n
                  Em sua d&eacute;cima edi&ccedil;&atilde;o, o X Congresso Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o (CONEDU), realizado em Fortaleza (CE), nos dias 19 a 21 de setembro de 2024, reuniu pensadores, pesquisadores, educadores e estudantes para refletir sobre os &ldquo;Contrastes, diversidade e inclus&atilde;o: a educa&ccedil;&atilde;o no pr&oacute;ximo dec&ecirc;nio. Como resultado desses debates, este e-book nos revela preciosos trabalhos que contribu&iacute;ram nesta discuss&atilde;o.<br />\r\n
                  No Grupo de Trabalho (GT-06), voltado para a &ldquo;Educa&ccedil;&atilde;o e Rela&ccedil;&otilde;es &Eacute;tnico-raciais&rdquo;, coordenado por mim, os trabalhos avaliados (por um grupo de pesquisadoras e pesquisadores dedicados, que aprecio e agrade&ccedil;o) e apresentados durante o evento demonstraram o quanto a pesquisa neste campo tem, a cada ano, se diversificado e compreendido a import&acirc;ncia das rela&ccedil;&otilde;es &eacute;tnico-raciais em todos os campos da educa&ccedil;&atilde;o: dentro e fora da escola, na gest&atilde;o, na forma&ccedil;&atilde;o de professores, nos curr&iacute;culos, nas disciplinas, em todas as etapas, modalidades, eixos e n&iacute;veis. Por isso, este lugar privilegiado de pensar coletivamente as rela&ccedil;&otilde;es &eacute;tnico-raciais no pr&oacute;ximo dec&ecirc;nio.<br />\r\n
                  Com a implementa&ccedil;&atilde;o da Lei n.&ordm; 10.639/2003, nas duas &uacute;ltimas d&eacute;cadas, houve mudan&ccedil;as educativas significativas, diante da obrigatoriedade da legisla&ccedil;&atilde;o; embora &nbsp;ainda haja um coletivo inerte que se op&otilde;e &agrave; compreens&atilde;o dessa lei como um direito, os trabalhos neste GT demonstraram que educadoras e educadores t&ecirc;m constru&iacute;do uma cultura em prol de uma educa&ccedil;&atilde;o antirracista de respeito aos direitos humanos e &agrave;s diferen&ccedil;as. &nbsp;Os cap&iacute;tulos aqui selecionados trazem pesquisas, em diferentes campos, metodologias e etapas, que buscam ratificar o espa&ccedil;o expressivo e o lugar comprometido que a pr&aacute;tica pedag&oacute;gica em prol das rela&ccedil;&otilde;es &eacute;tnico-raciais tem ocupado, que tamb&eacute;m envolve uma postura n&atilde;o omissa, capaz de interferir em valores, posturas, estigmas e julgamentos excludentes presentes na educa&ccedil;&atilde;o.&nbsp;<br />\r\n
                  Assim, como prop&otilde;e o t&iacute;tulo, os contrastes precisam ser abordados e revelados porque &nbsp;comp&otilde;em a diversidade &eacute;tnico-racial que, por sua vez, exige &nbsp;inclus&atilde;o presente e &nbsp;leg&iacute;tima em todos os espa&ccedil;os educativos. Esses tr&ecirc;s quesitos se entrela&ccedil;am nos cap&iacute;tulos apresentados. Todas, todos e todes est&atilde;o convidados a apreci&aacute;-los, ler, reler e conversar com autoras e autores. N&atilde;o deixem a oportunidade passar em debater, mais uma vez, &nbsp;a educa&ccedil;&atilde;o para o pr&oacute;ximo dec&ecirc;nio. Voc&ecirc;s s&atilde;o convidados a fazer (e tomar) parte!<br />\r\n
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                  PAULA ALMEIDA DE CASTRO<br />\r\n
                  TANIA SERRA AZUL MACHADO BEZERRA<br />\r\n
                  DENISE MARIA SOARES LIMA<br />\r\n
                  LILIAN MARIA DA SILVA MELLO<br />\r\n
                  CL&Eacute;ZIO ROBERTO GON&Ccedil;ALVES<br />\r\n
                  THAMARA FIGUEIREDO<br />\r\n
                  HEDGARD RODRIGUES DA SILVA<br />\r\n
                  TEREZA LUIZA DE FRAN&Ccedil;A<br />\r\n
                  ANA RITA DE C&Aacute;SSIA SILVA OLIVEIRA<br />\r\n
                  CHRISTINA PEREIRA DA SILVA<br />\r\n
                  F&Aacute;BIO CARLOS VIEIRA PINTO<br />\r\n
                  CRISTIANE SOUSA DA SILVA<br />\r\n
                  RAFAEL MASCARENHAS MATOS<br />\r\n
                  RODRIGO WANTUIR ALVES DE ARA&Uacute;JO<br />\r\n
                  GABRIELE DA SILVA ANTUNES<br />\r\n
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Publicado em 27 de janeiro de 2025

Resumo

O texto em tela tem como propósito discorrer, preliminarmente, acerca das ações políticas empreendidas pelo Movimento Negro no campo educacional que, por sua vez, esteve subordinado à Necropolítica (Mbembe, 2016). Tal objetivo foi desenvolvido considerando o marco temporal dos séculos XX e XXI. No texto, partimos da assertiva de que o referido movimento, embora tivesse como pauta central a luta contra o racismo e, portanto, o estabelecimento de uma sociedade que reconhecesse na população negra a humanidade que lhe foi alijada, entendemos que tal questão se estendeu ao ensino escolar, visto que a escola se constitui, historicamente, como um aparelho que reproduz e legitima o racismo estrutural (Almeida, 2018). Destaque-se que, ao longo do texto, caracterizamos o Movimento Negro em sua dimensão de educador (Gomes, 2012), pois enquanto ator político, também, desenvolveu e desenvolve o papel de educar o corpo social nas questões étnico-raciais. Tal entendimento se apoia nas ponderações de Gomes (2012) que, ao refletir na atuação do movimento negro, parte do pressuposto de que as ações políticas do movimento, sobretudo no campo educacional, tendem a reeducar o próprio movimento, o Estado, a sociedade civil e a educação no sentido de compreenderem as questões étnicoraciais que atravessam o país rumo à emancipação. Dito isto, ao longo do texto, desenvolveremos o argumento de que só é possível compreender com profundidade e extensão a atuação do Movimento Negro no campo educacional se nos servirmos do conceito de Necropolítica (Mbembe, 2016), uma vez que o racismo, enquanto produtor da morte de corpos negros, se serviu da escola para as suas finalidades. Por se tratar de um texto bibliográfico, os/as autores/as principais que embasaram a discussão foram os seguintes: Gomes (2012; 2020); Mbembe (2016) e Pereira (2011; 2012; 2016). Os resultados indicaram que, analisar a atuação do Movimento Negro no campo educacional à luz da Necropolítica, possibilita repensar os condicionamentos e resistências sob as quais a escola pode se posicionar com o apoio do referido Movimento na luta antirracista.

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