Artigo Anais do X Congresso Nacional de Educação

ANAIS de Evento

ISSN: 2358-8829

“CASTIGO É TORTURA NO PORÃO E NO CONVÉS”: VOZES DA REVOLTA DA CHIBATA NA FORMAÇÃO DA REPÚBLICA BRASILEIRA (EXPERIÊNCIA E APRENDIZADO EM SEMINÁRIO ESCOLAR).

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Publicado em 08 de novembro de 2024

Resumo

O ano era 1910 e a recente República brasileira enfrentava o descontentamento de vários atores sociais e grupos dispostos a buscar um “lugar ao sol” na nova estrutura política do país. Foi na cidade do Rio de Janeiro, então capital republicana, que um grupo de marinheiros revoltosos com as condições desumanas dos tratamentos lhes dirigidos se organizaram na luta por dignidade e fim aos castigos impostos pela Marinha da época. Nos livros didáticos de história, é comum aprendermos sobre a Revolta da Chibata em uma perspectiva mais clássica, digamos, pois fontes e historiografia se aliam na intenção de explicar um passado real. Porém, se pensarmos na história como uma ciência que considera as rupturas e as continuidades, podemos nos valer da ideia sobre as várias faces das violências denunciadas pelos marinheiros revoltosos da primeira década do século XX ecoando na existência da população negra atualmente? Pensando nisso, este trabalho tem por objetivo apresentar a experiência de pesquisa e aprendizado em seminário escolar desenvolvido na disciplina de história para turma de terceiro ano nível ensino médio técnico de escola pública na região metropolitana de Natal. Para tanto, o trabalho desenvolvido e apresentado em sala de aula enfatizou as permanências da revolta focando nas marcas do preconceito racial por meio de investigação de jornais de época, poemas literários atuais e letra de samba-enredo da escola de samba carioca “Paraíso do Tuiuti” (2024). Ao realizar uma análise dos fatos ocorridos na revolta, os estudantes apresentaram uma discussão sobre o papel do negro na sociedade brasileira e pautas como “democracia racial”, racismo estrutural e violência cotidiana fazem morada em regiões periféricas de grandes núcleos urbanos brasileiros, carregando, assim, estigmas de um passado que ainda se faz presente.

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