As coleções didáticas desempenham um papel crucial na disseminação do conhecimento científico e no ensino de temas relacionados à diversidade biológica, especialmente em face das restrições legais à captura de espécimes da biodiversidade no Brasil, conforme estipulado, por exemplo, pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) e pela Instrução Normativa nº 03/2014-ICMBio. Em resposta à demanda por material didático para o ensino básico e superior, a "Coleção Didática Zoológica" (CDZ) foi proposta em 1994 no Departamento de Botânica e Zoologia (DBZ) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Os exemplares da coleção, obtidos de descartes e doações, são preservados em via úmida ou seca, seguindo metodologias específicas para cada táxon. Este estudo analisa a atuação da CDZ ao longo dos últimos 30 anos, a partir de informações coletadas em documentos e formulários de solicitação arquivados no DBZ. Durante esse período, a CDZ atendeu a solicitações de docentes e responsáveis por alunos de instituições de ensino básico e superior, além de graduandos e pós-graduandos em estágio de docência. As solicitações demandaram exemplares de diversos táxons, tais como Porifera, Cnidaria, Mollusca, Nematoda, Annelida, Arachnida, Crustacea, Insecta, Echinodermata e Chordata; com menor frequência, foram solicitados espécimes de animais peçonhentos, como serpentes, aranhas e escorpiões. Os espécimes emprestados foram utilizados como material didático em eventos de divulgação científica, aulas expositivas e treinamento de pessoal. Assim sendo, a CDZ não só subsidiou a inclusão da população no conhecimento sobre biodiversidade e sua conservação, como também contribuiu para o cumprimento de dispositivos legais brasileiros, como o art. 3 da Convenção sobre Diversidade Biológica e o Componente 6 da Política Nacional da Biodiversidade.