O desenvolvimento de uma educação que valorize a diversidade impõe aos educadores a necessidade de atenção às diferenças sociais e étnico-raciais no ambiente escolar. A lei federal 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no ensino fundamental e médio, responde às demandas de diversos grupos sociais. A escola é, portanto, um espaço de diálogo onde professores e alunos devem desmistificar preconceitos e construir ações positivas em relação às diferenças. Nesse contexto, no âmbito do programa de Extensão do IFAM, da V Mostra de Extensão do IFAM (edital nº 10 PROEX/IFAM, de 23/08/23) e da 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT/2023), realizamos um projeto de extensão com o objetivo de promover reflexões sobre a discriminação étnico-racial no ambiente escolar e na sociedade em geral. Teoricamente, fundamentamo-nos em estudos sobre a diversidade étnico-racial, incluindo Cavalleiro (2006), Cosson (2011, 2016), Munanga (2005, 2006) e Ramos-Lopes (2010-2015). Como base para o projeto, utilizamos o conto "Maria" de Conceição Evaristo (2017). Utilizando a literatura afro-brasileira como ferramenta pedagógica. A atividade concentrou-se na leitura e análise do conto "Maria". Participaram do projeto alunos do 9º ano de uma escola pública do município de Itacoatiara, AM. A iniciativa buscou estimular a reflexão crítica, fomentar a leitura e combater a discriminação étnico-racial, fundamentando-se nas contribuições teóricas de Rildo Cosson sobre letramento literário. Seguindo a sequência de Cosson, que inclui motivação, introdução, leitura e interpretação, os alunos desenvolveram compreensão autônoma e crítica do texto. Essa abordagem se mostrou satisfatória na conscientização dos estudantes sobre a importância de enfrentar a discriminação étnico-racial no cotidiano escolar e na sociedade.