Em recente declaração durante o lançamento do Campus Sol Nascente do IFB o presidente Lula afirmou que tem ainda obsessão pela educação profissional. Diante de tal afirmação, questiona-se o que se pode esperar do terceiro governo de Lula para a área de educação profissional? Anteriormente, os dois primeiros governos de Lula (2002-2006 e 2006-2009), trouxeram como contribuições para a educação profissional programas como o ProJovem e o Proeja, além da revogação do Decreto 2.208/1997, decreto este que havia promovido a separação entre o ensino médio e o ensino técnico-profissional e instituído o sistema de concomitância e a sua consequente substituição pelo Decreto 5.154/2004, que rearticulou o ensino médio com o ensino técnico de nível médio. Porém, passados mais de uma década, período marcado pela crise lulo-petismo, impeachment de Dilma Rousseff pela via do golpismo parlamentar, governo de contrarreformas de Temer e a ascensão da extrema direita neofascista de Bolsonaro, a volta de Lula ao poder a partir da vitória na eleição de 2022, trouxe a necessidade da retomada de reformas dentro do campo democrático-progressista em contraposição à política de desmonte imposta pelo governo ultraconservador bolsonarista. Isto posto, no que se refere às políticas e diretrizes de reconstrução e reformas na educação técnico-profissional o que pode mudar, tendo-se em conta que está em curso a Reforma do Ensino Médio, que também afeta de forma considerável a dinâmica da educação profissional em nosso país? Buscando repostas para as referidas questões o presente artigo pretende realizar uma breve discussão sobre o tema, utilizando pressupostos teóricos de pesquisa bibliográfica com base em autores da área de Educação e Trabalho e Educação Profissional, definindo-se para tanto, como método de abordagem o referencial teórico do Materialismo Histórico-Dialético, a partir de algumas categorias de análise tais como, contradição, relação escola-trabalho e formação profissional dos trabalhadores.