Este estudo tem como objetivo compreender como a branquitude se manifesta nos Institutos Federais, a partir da composição racial dos estudantes. Especificamente, busca-se identificar o percentual do corpo estudantil branco, comparar essa composição com os dados demográficos de cor ou raça das regiões onde esses Institutos estão localizados e analisar as disparidades existentes. Ao mapear a branquitude nos Institutos Federais, pretende-se contribuir para os estudos que buscam compreender se as atuais políticas públicas educacionais estão de fato mitigando as barreiras raciais que persistem no sistema educacional brasileiro. A pesquisa contextualiza a criação dos Institutos Federais, utilizando estudos de Cunha (2000; 2005), Kuenzer (2007), Kunze (2009) e Brazorotto e Venco (2021). Além disso, aborda a questão da branquitude e o acesso à educação, fundamentando-se nos trabalhos de Hasenbalg e Silva (1990), Hasenbalg (2005) e nos dados do IBGE (2024) e do Observatório da Branquitude (2024). Metodologicamente, adota-se uma abordagem quantitativa e uma análise comparativa, utilizando dados sobre a identificação racial dos estudantes coletados da Plataforma Nilo Peçanha e os dados demográficos regionais obtidos do IBGE, ambos de 2022. Os resultados indicam que os Institutos Federais estão contribuindo para a desconstrução dos privilégios da branquitude, mas que ainda há desafios a serem superados. Foram identificados 12 institutos com uma sobrerrepresentação de estudantes brancos. Recomenda-se a realização de estudos mais aprofundados para identificar os fatores que promovem uma maior inclusão de discentes não-brancos, especialmente no IFNMG e no IFRS, que demonstraram diferenças significativas em comparação aos demais institutos de suas regiões.