Esta comunicação analisa os currículos das licenciaturas em Artes Visuais das Universidades Federais da Região Nordeste, apontando a presença de disciplinas pautadas na decolonialidade, e que contemplem os conteúdos da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena. A partir dessas premissas, esta comunicação destaca a construção curricular dos cursos de Artes Visuais nas UF’s da Região Nordeste, analisando a presença de disciplinas balizadas no pensamento decolonial. Questionamos acerca dos saberes hegemônicos e colonial, focalizando nos desdobramentos das matrizes curriculares que contemplam os saberes decoloniais e como estas podem produzir possíveis impactos nas licenciaturas. Apontamos como desafio das licenciaturas em Artes Visuais, a construção de um currículo que apresente conteúdos decoloniais, o que consideramos relevante na formação dos futuros docentes. A partir de uma abordagem qualitativa e quantitativa buscamos apresentar um panorama das licenciaturas em Artes Visuais nordestinas, a partir da análise de suas matrizes curriculares sob o viés decolonial, com base na pesquisa documental das matrizes e planos pedagógicos encontrados nos sites das respectivas licenciaturas. Concluímos que muito já foi feito, mas ainda temos muito a avançar tendo em vista que, há um número considerável de licenciaturas que ainda permanecem com uma estrutura curricular tradicional que não contempla os saberes decoloniais em suas disciplinas, e quando estão presentes muitas são disciplinas eletivas, ou seja, não são obrigatórias. Apontamos assim, as limitações do potencial de transformação do pensamento nas práticas pedagógicas no ensino de artes visuais. Dessarte, destacamos a importância dessa pesquisa para perspectivar uma necessidade de propor outras rotas curriculares para o enfrentamento das estruturas coloniais, ainda presentes nos currículos. O currículo de Artes Visuais com viés decolonial, é necessário e requer um exercício de alteridade em que sejam propostos e programados objetivos que envolvam a descolonização dos saberes, ou seja, a valorização e o respeito à diferença.