Apresentamos a partir de um relato de experiência, a necessidade da ampliação do cumprimento da Lei 10.639/03 no ensino superior para cursos que não contemplam apenas as licenciaturas. Neste trabalho focaremos especificamente nas engenharias, levantando questões ligadas ao modo como as negras e negros que contribuíram com o conhecimento nessa área, no Brasil, foram apagados da história. Levantamos também análises ligadas a como essa invisibilização distorceu e ainda distorce o entendimento de diversas gerações de estudantes negras e negros sobre a posição de seus antepassados como produtores de conhecimento e protagonistas em importantes obras da engenharia nacional. As questões abordadas ainda tratam de como o número de pesquisadores, estudantes, técnicos e professores negros está aquém do que se espera para garantia representativa de acordo com os dados expressos pelo IBGE. Também apresentamos análises quanto a fundamental contribuição da população negra para que o Brasil desenvolvesse tecnologia nessa área, além de como o acesso a essa informação proporcionou um maior sentimento de pertencimento por parte dos autores, o que possibilitou uma maior confiança para se colocar diante de um ambiente em que se é minoria. Portanto, para tornar o ambiente acadêmico um espaço mais diverso e inclusivo é preciso acesso, permanência, e uma significativa mudança curricular para trazer à academia conhecimentos e saberes negros que foram esquecidos.